Enfermaria

Enfermaria/ambulatório da base da D-NeST. Equipada com macas e equipamentos de cura e sobrevivência, como diversos tipos de remédios. Tem uma janela coberta por uma cortina e dá visão da paisagem lá fora.

*Aquele era um dia incomum na base da D-NeST. Primeiro, interferências começaram a atrapalhar as comunicações com a Terra, eventos estranhos foram acontecendo pelo mundo e, quando mais nada parecia possível de acontecer errado, portais aleatórios haviam começado a se abrir apenas para levar pessoas específicas para o Mundo Digital. Elas apareceram em diversos lugares diferentes do Mundo Digital, também, mas as equipes de resgate e auxílio da D-NeST se prontificaram a socorrer todas assim que os sinais daqueles portais começaram a surgir. Oito crianças e adolescentes foram encontrados em locais não tão distantes da base... O que era bom, pois assim o transporte seria rápido e menos complicado.*

*As crianças foram chegando uma a uma. Primeiro apareceu uma garota com roupas de mecânico e pele morena que caiu bem perto da base da D-NeST. Logo depois, um rapaz loiro de vestes verdes e olhos castanhos apareceu em uma praia, e por pouco não foi parar em alto mar. O terceiro a ser encontrado foi uma criança, o mais novo dos oito, de pele clara e cabelos pretos, que havia caído sobre a copa de uma árvore que, também por sorte, tinha a folhagem fofa e amortecera qualquer possível queda que ele tivera. Perto dele, foi encontrada uma garota com roupas de colegial japonesa, mas com apetrechos que fazia com ela fosse logo identificada como uma Banchou, ou líder de gangue. Ainda próximo da criança e da Banchou, um outro jovem adolescente com uma boina preta e aparência oriental fora encontrado no meio de um matagal. Já um pouco distante dali, perto da região mais desértica daquele pedaço do mundo digital, um garoto jovem, aparentemente o segundo mais novo, com roupas de escola particular, social, fora encontrado sobre algumas rochas. Um outro garoto de cabelos castanhos muito claros, praticamente loiros, fora encontrado em uma ilha não muito longe dali. Por último, um rapaz negro e de cabelos com curtos dreadlocks acabou caindo mais ao longe, em uma região mais ao norte onde fazia muito frio e alguns flocos de neve começavam a cair. Todos eles foram resgatados por Guardromons e levados imediatamente para a Enfermaria da D-NeST. Estavam os oito desmaiados, inconscientes, mas em boas condições. Ninguém parecia ferido ou machucado de qualquer forma. Agora estavam todos sobre oito macas dispostas de frente e ao lado umas das outras (quatro de um lado e quatro de frente para estas, na parede oposta da enfermaria), e dois digimons os esperavam acordar enquanto o terceiro, um Hagurumon, entrava pela porta da enfermaria trazendo notícias.*


-Hagurumon: Os portais foram fechados sem nenhum comando. A instabilidade que os gerou parece já ter acabado, acreditamos que não há mais riscos de outros humanos virem pra este mundo.


ClearAgumon: Ainda bem... Não sei se conseguiríamos comportar mais pessoas. Essa enfermaria não é muito grande.

-Hagurumon: As crianças estão bem?

ClearAgumon: Sim, todas estáveis e com sinais vitais em perfeito estado. Fico imaginando o que os trouxe aqui, exatamente...


Bakumon: Foi o Destino!

*ClearAgumon e Hagurumon olharam para Bakumon com expressões meio desacreditadas, como quem dissesse "poxa cara, lá vem você de novo com essas histórias..."*

ClearAgumon: Bakumon sempre acredita nessas coisas... Foram só interferências. Andromon precisa identificar o que causou isso...

Hagurumon: Sim, estamos trabalhando nesta parte. Não parece ter nenhum sinal de algo que possa ser lido desta forma, entretanto... Imagino como poderíamos mandar estas crianças de volta pra casa. Bom, eu vou voltar ao meu trabalho, e qualquer coisa vocês podem me avisar.

*Hagurumon saiu da enfermaria enquanto os outros dois apenas concordavam gesticulando com a cabeça e soltando um "Ok!" bem animado com suas vozes infantis.*

*Daniel nem havia sentido aquela viagem doida para o digimundo, pois originalmente estava dormindo como uma pedra em seu quarto. Ele havia passado o dia inteiro e boa parte da madrugada arrumando aquele celular, então capotou logo depois de terminar. Ele usava uma camiseta branca lisa, com apenas algumas faixas e a gola em azul marinho, e uma bermuda toda preta, que era o que geralmente usava para dormir, então estavam um tanto amassadas. Só depois de um certo tempo as luzes da enfermaria e algumas vozes conversando começaram a causar um certo incômodo. Nada demais, mas o suficiente para fazer o garoto começar a despertar, ainda bem grogue de sono por ser, de longe, descanso suficiente. Apertou os olhos, cada vez mais incomodados com as luzes, e bem lentamente começou a abri-los, piscando demoradamente tentando se acostumar com a claridade até que finalmente notou que não estava mais em seu quarto. Sentou num impulso, olhando ao redor de maneira agitada.*

[Onde?! Onde eu to? Como eu...]

*Notou duas criaturas estranhas na sala e olhou fixamente para ambas em estado de alerta, analisando a situação, mas sem sair da maca.*

[Parecem... digimon? Porque?]

*Começou a ligar uns pontos mas ainda, não sabia onde estava, o que estava acontecendo e o que esperar daquelas criaturas, pois sabia que digimons podiam ser bons ou ruins. Estava nitidamente com medo, mas mantinha uma expressão de quem estava preparado pra lutar e correr se preciso. Resolveu arriscar conversar.*

- Quem são vocês? Aonde eu to?

*Disse alto o suficiente para ouvirem mas sem gritar, tentando manter uma voz firme.*

(Como o pessoal concordou no Whatsapp, vou começar a botar umas trilhazinhas sonoras em algumas cenas narradas como essa. Espero que fique legal! Btw muitas das trilhas sonoras eu vou tirar do DMW2 pq a OST é maravilhosa.)



*A luz que entrava por entre as cortinas mostrava que o dia estava claro, e bem claro aliás. Era cerca de 10 e pouca da manhã naquele pedaço do Mundo Digital, e foi quando o primeiro garoto acordou. O mais novo, aliás, e seus cabelos pretos ainda desengonçados por ter passado tanto tempo dormindo refletiam de leve a luz que entrava, fosca, por aquelas mesmas cortinas. Os dois Digimons que estavam ali logo olharam para o mesmo e se prontificaram a se aproximar, devagar para não assustá-lo, mas mostrando preocupação e assistência.*

ClearAgumon: Ah, você acordou! Imagino que esteja confuso... Eu sou ClearAgumon, e este aqui é Bakumon. Você está no Mundo Digital, nós te resgatamos e trouxemos pra cá, junto com essas outras 7 pessoas.

Bakumon: Você está bem? Não se sente mal, com dor ou alguma coisa?

*As vozes ainda infantis contrastavam muito com as atitudes um tanto quanto profissionais que os dois tinham de manter todo o cuidado e atenção para o pequeno garoto.*

*Aquelas crianças começavam a acordar uma após a outra, dando bastante trabalho para aqueles dois pequeninos monstrinhos resolverem. Se fossem de um a um, talvez fosse mais fácil de lidar e cuidar... Mas eles, mesmo assim, não davam o braço a torcer e faziam expressões até que alegres ao ver que todos acordavam bem, saudáveis e sem nenhum problema. ClearAgumon se prontificou a ficar lá respondendo as dúvidas das crianças enquanto Bakumon saiu correndo assim que ouviu Kazuki falar sobre "Copo D'água".*

ClearAgumon: Meninos e meninas, eu sei que a situação parece louca, mas por favor mantenham a calma. Estamos fazendo todo o possível para que vocês possam voltar para suas casas o quanto antes. Alguma interferência aconteceu nas barreiras entre os dois mundos, e vocês vieram parar aqui no Mundo Digital.

*Assim que ClearAgumon terminou de dizer aquilo, Bakumon retornou em alta velocidade carregando uma bandeja cheia de copos vazios e uma jarra d'água no meio. Posicionou a bandeja sobre uma mesa próxima à porta e logo levou um copo cheio de água geladinha para Kazuki, que havia pedido. Deixara os outros lá ao alcance dos outros caso mais alguém quisesse.*

Bakumon: Um copo d'água pra você, moça!

*Pelo que parecia, aqueles dois monstrinhos não iriam machucá-lo, pois ambos responderam calmamente o que havia perguntado e ainda se mostraram preocupados consigo.*

- Estou bem. Arigatou gosaimasu.

*Resolveu pelo menos agradecer. Daniel geralmente era mais animado e falador, mas essa situação não ajudava. Mesmo que estivesse aparentemente seguro, não dava para dizer que estava confortável naquele lugar sabe-se lá aonde. Mundo digital? Ok, ClearAgumon havia respondido, mas querendo ou não ainda era um lugar estranho. Então apenas ficou quieto, com uma expressão agora neutra, só observando a sala ao redor, as demais macas e as pessoas que as ocupavam, que aos poucos começavam a acordar também, tão perdidas quanto ele estava. A primeira era uma moça de pele mais bronzeada e olhos verdes, nitidamente tímida e sem saber o que fazer.

[Será que ela vem de outro país?]

*Se para uma criança extrovertida como Daniel estava complicado se comunicar, para a moça parecia bem mais, mas nem deu tempo de falar nada, pois uma outra pessoa acordou e sentou na maca. Era outra garota, também bastante desconsertada em acordar ali de repente. Essa tinha feições mais orientais e logo pediu água, fazendo um dos monstrinhos sair correndo para buscar. Por fim, um garoto loiro de cabelo espetado, que também se resumiu a não falar nada e observar. Pelo que parecia, ele era o mais novo do grupo, mas não se importava com isso nem um pouco, estavam todos na mesma situação ali. Após toda a movimentação da água e de ouvir ClearAgumon, o garoto finalmente abre a boca de novo.*

- Interferência? Quer dizer um vírus ou um erro de dados? Se achar o problema podemos consertar e ir pra casa, certo?

*Se estavam no Mundo Digital, certamente eram problemas igualmente digitais. Mas o problema parecia estar longe de ser "só um erro de programação", pois nem os próprios digimons sabiam o que estava acontecendo.*

*Saki finalmente desperta, com um impulso de alguém que acabará de ser nocauteado, e grita.*

- É MELHOR DEVOLVER MEU PÃOZINHO!

*Algo involuntário, devido ao sonho que estava tendo. Ela assume uma postura de combate como se em seu sonho fosse para acontecer uma briga com alguém que tinha roubado seu lanche (ninguém curte que roubem o lancho :/). Ela olha em volta rapidamente, já é tempo o suficiente para esquecer a maior parte do sonho, mas ainda estranha o lugar que se encontra. Saki encara tudo ao seu redor, sem sair da postura que tomou contra o ladrão de pães imaginário, foca a atenção pro digimon mais próximo.*

- Hey! Que lugar é esse? Quem são todas essas crianças? Vocês são aquelas criaturas que as pessoas vivem falando, não é? O que ta acontecendo aqui?

*Sem dar tempo de responder, ou deixar sua postura de combate, com um tom de quem diz ''melhor responder'', Saki bombardeia os Digimon de perguntas. Enquanto espera as respostas, ela continua observando as outras crianças.*

- Arigatou, Bakumon.

* Claramente já o tinha visto antes nos joguinhos, e mesmo com a putaria generalizada sendo criada pela outra garota, Kazuki tentou manter a calma do jeito que sempre fez: entendendo o que está acontecendo e discernindo realidade de sonho. Como ela fez isso? A água desceu gelada e maravilhosamente leve pela sua garganta, fazendo com que ela entendesse que era tudo real. Aquilo tudo era BEM real. Era tudo mais real do que o próprio toque dela no copo da água, os próprios Digimon na frente dela. Não era mais sonho, e agora ela entendia. Mesmo com a mina estranha causando um puta fuzuê, Kazuki gentilmente encostou no focinho do Bakumon, tentando chamar sua atenção. *

- Eu sei que é bem óbvio o que todos queremos aqui, que é saber como viemos parar pra cá. Mas...

* Kazuki novamente ficou vermelha feito um tomate, antes de soltar uma risadinha completamente tímida. *

- E-eu meio que t-tava quase dormindo "lá fora". E-eu preciso de pelo menos alguma coisa pra me cobrir, n-não tá legal assim, s-sabe...

* Ela disse, olhando pro chão enquanto se encolhia ainda mais embaixo das mantas da sua maca. Queria evitar completamente falar ou ter que olhar pra qualquer ser humano agora, e como as vozes infantis dos Digimon davam uma sensação de conforto à ela, logo ela acreditou que poderia apenas recorrer aos monstrinho para ajudá-la. *[/color]

ClearAgumon: Err... *O Digimon fez uma expressão um tanto quanto confusa naquela situação que Daniel perguntara.* ... Nós só sabemos que houve a interferência... Ainda não sabemos o que causou, e se já tiver sido encontrado eu ainda não sei. Eu e o Bakumon trabalhamos só aqui na enfermaria mesmo, essas coisas complicadas não são nossa especialidade @_@

*Provavelmente isso deve ter soado até contraditório. Afinal, para os humanos, os Digimons são de fato dados materializados e isso daria a impressão de que eles devem entender tudo sobre assuntos tecnológicos daquele tipo. ClearAgumon e Bakumon, assim como todos os outros digimons, na verdade são dados materializados mas que não tem ideia de como foram materializados, apenas existem e são seres vivos. Coisas complicadas assim são como perguntar a algum humano como surgiu a humanidade. Ele pode até falar que teve uma baita evolução milenar, que muito tempo atrás os primatas eram apenas macacos, mas da mesma forma que apenas Paleontólogos, Biólogos, Geólogos e outros profissionais das áreas relacionadas a evolução e história do desenvolvimento da biologia saberiam responder perfeitamente, os Digimons que apenas cuidam da saúde de outros digimons (e agora de pessoas também, aparentemente) não vão entender muito dessa parte de computadores, redes digitais, interferências e afins.*

Bakumon: Err... E eu também não sei se temos roupas humanas em algum lugar aqui.

*Os dois digimons viam também que outra pessoa havia acordado e fazia ainda mais perguntas. Eles estavam, internamente, reclamando com os seus chefes da D-NeST agora que encarregaram tão poucos Digimons para cuidar da Enfermaria naquele horário.*

*Kahlua olhava todo o Caos que outras crianças e adolescentes faziam naquele lugar para com aqueles dois pequeninos e inocentes Digimons que só queriam ajudar. Aquilo estava ficando cada vez mais fora de controle dos dois, e ao ver ao redor ela percebera que havia muitas situações piores do que a sua. Uma criança bem mais nova em um mundo diferente devia ser algo assustador - ou então, pelo menos, difícil de se acreditar oua costumar - por exemplo. Uma garota que parecia japonesa acabara de acordar e estava mais confusa do que qualquer outra coisa, não parecia ser muito boa com questões tecnológicas daquele tipo - ou pelo menos não tanto quanto Kahlua era - e, pra piorar tudo, ainda mais uma menina também japonesa estava sem sequer usar roupas apropriadas. Deve ter sido horrível viajar para um outro mundo e descobrir que está sem ninguém, sem noção e sem roupas.*

-C-com licença... *Kahlua erguera os braços para tentar chamar a atenção das outras pessoas já acordadas e também dos dois coitados Digimons que estavam visivelmente sobrecarregados. E a gente aqui em OFF achando que o sistema de saúde público do Brasil que tá zoado? Imagina ter que cuidar de oito crianças/adolescentes apenas com dois profissionais que também são crianças em outro mundo? Valorizem o SUS! ... Enfim, voltando ao assunto: chamar a atenção, para Kahlua, era praticamente um martírio e a mão dela tremia enquanto as palavras tentavam sair. Mas ela parecia ser uma das mais calmas - ou, pelo menos, com melhor noção do que poderia estar acontecendo.* ...K... Kahlua Maka'i, Hawaii, EUA, 15 anos. E... E-eu acho que p-posso ajudar...

*Kahlua então abre novamente sua mochila e tira lá de dentro uma camiseta regata idêntica a sua e uma bermuda de brim fino até a altura dos joelhos. Kahlua nunca fora o tipo de pessoa que usa roupas e coisas muito femininas, nunca se importara muito com isso na verdade... E ela preferia usar calças do que shorts ou saias. Mas como o Havaí é um lugar sempre quente demais no meio do Oceano Pacífico, é bastante raro ela sair com uma muda de calças separadas na mochila. O máximo que teria eram essas bermudas. Esticou as peças de roupa para Kazuki que estava a poucas macas ao seu lado, levantando-se e ficando finalmente de pé naquele lugar. Se sentia realmente bem, e apesar de ter dormido demais, não tinha nenhum tipo de tontura ou sensação de cansaço.*

-Estamos... No mundo digital. O mundo dos Digimons, certo? E... S... S-se estamos no Mundo Digital, significa que algo deu errado com o Programa usado para separar as redes da Terra e desse mundo. Não acredito que tenha sido um vírus, mas um Bug ou um erro... E... E-eu preciso de mais informações...

*Kahlua corava cada vez mais, não era de seu feitio sequer falar tanto assim, ainda mais no meio de todas aquelas pessoas. Mas tecnologia, estudos, pesquisa, conhecimento... Tudo isso era simplesmente a razão de seu viver, e ela ao mesmo tempo se sentia extremamente animada para conseguir entender melhor o funcionamento de um novo mundo inteiro, se dependesse dela.*

*Luka abre os olhos, pisca duas vezes e faz o que todo aluno que já passou a noite jogando já fez*

-EU TO ATRASADO PRA AULA!

*Olha em volta e procurando seu celular, que estava um pouco diferente. Em sua tela 21:15, porém uma luz forte vinha da janela. Dois digimon conversavam com outros jovens, sobre como tinham sido levados para ali.*

-Digimon...?

*Luka virou-se, sentindo um pouco de areia em sua roupa e sede, muita sede*

-Alguém poderia me arrumar um pouco de agua também?

*Daniel começou a ficar com pena daqueles bichinhos, pois percebeu que os dois estavam tão confusos com a situação quanto todos os humanos ali presentes. Logo que pensou isso, o próprio ClearAgumon confirmou que não seria deles que conseguiriam as respostas daquilo tudo que estavam perguntando. Mas aparentemente, alguém no grupo preferia botar os punhos pra funcionar antes do cérebro.*

- Ei, Tia do pão! - *Se referindo a Saki que parecia querer informação na base do soco.* - Baixa a bola aí, que botar medo neles não vai ajudar em nada.

*Falou o garoto, ainda sentado em sua maca, apoiando a cabeça na mão e o antebraço no joelho, olhando pra menina briguenta com cara de "que saco". Mas logo deu uma animada no humor ao ouvir Kahlua falando. Saltou da maca, deu uma corridinha animada pra perto da moça e abriu um sorrisão largo e fofo que uma criança de 10 anos geralmente tinha.*

- Isso! Você também quer achar o problema, né? Gostei de você, Onee-san! Sou Daniel Whittle, tenho 10 anos e sou de Kazugaoka, no Japão. E... eh?!

*Mas logo seu rosto mudou pra a de dúvida de novo porquê... Kahlua é do Hawaii, o outro cara disse que era da Austrália... como?*

- Estranho... parece que no digimundo não temos problemas com línguas... Haha é legal e muito útil! De qualquer forma, acho melhor esperar os outros acordarem pra pensarmos juntos no que podemos fazer!

*Já se animou de novo e foi falar com o australiano.*

- Não tem problema! Cada um é bom em alguma coisa, né? O que você gosta de fazer, "Sanda"-san?

*Tentou dizer Sanders, mas com a pronuncia japonesa do garoto saiu "Sanda".*

*Saki ataca com os olhos o garoto que teve a coragem, ou inocência por conta da idade, de falar com ela daquele jeito. Quando vai começar a dar um de seus discursos sobre como, pra mandar alguém nela tem que ser, no minimo, forte, não um pivete aleatório e bla bla bla, o garoto já vira pra falar com outra pessoa rapidamente. Ela prepara pra transformar o ouvido do pobre garoto em uma privada, mas um som alto do roncar de seu estomago e a sensação de fome a impedem.*

- Ah é... Não comi nada ontem... SORTE SUA, MOLEQUE!

*Sua voz oscila em fraqueza de fome e um surto repentino de força. Pra ela, era quase como se tudo que ela quisesse falar tivesse saído mesmo, e como se o garoto fosse entender o que sua frase significasse. Seu foco se torna conseguir um rango a partir desse momento.*

*Bakumon e ClearAgumon começaram a ficar praticamente sem saber o que fazer quando todas as crianças começaram a acordar e conversar entre si, o barulho na enfermaria começava a ficar cada vez mais alto e os dois, por mais que fossem bons em cuidar dos outros, não sabiam lidar com tudo isso pra valer. Os dois acabaram por ser agarrados pelo último garoto a acordar, que parecia bem entusiasmado ao ver Digimons. Pelo menos eles já sabiam que todos ali eram "de boa" e não precisariam se preocupar muito com o comportamento de todos - exceto, talvez, pela garota colegial com acessórios de gangster.*

*Antes que Bakumon e ClearAgumon pudessem responder ou fazer algo, Hagurumon entrava pela porta que saíra anteriormente, vendo toda aquela movimentação e ficando até um pouco confuso. Saíra dali cerca de meia hora atrás e foi tempo o suficiente para todos acordarem e já fazerem o maior alvoroço. Hagurumon então soltou uma tossida proposital para chamar a atenção de todos. Agora que todos estavam acordados, ele precisava guiá-los para fora daquele aposento.*



Hagurumon: *Ahem!*... Bom dia, crianças! Agora que todos estão conscientes, acordados e passando bem, poderiam por favor me acompanhar? Sei que devem estar confusos, e por isso vou levá-los até um de nossos líderes para que possamos esclarecer tudo e tentar arranjar uma solução e uma forma de retornarem ao seu mundo, sim? Então, por favor, sigam-me!

*Hagurumon então sai novamente pela porta, indo para os corredores lentamente para aguardar o acompanhamento de todas as crianças lá.*

*Um rapaz, Oliver, entregou havia estendido um copo de agua a Luka, que prontamente pegou o copo e virou em quase uma golada só*

-Oliver, eh? Obrigado, eu realmente estava precisando disso. Eu sou Luka.

*Luka ouve o ultimo rapaz acordando e gritando alguma coisa sobre ser o dia mais feliz de sua vida, com isso deu uma risadinha, virando-se para sair da cama, sentia-se bem, então não precisaria ficar ali repousando, só precisava entender como voltar pra casa*

-Okay. Bem, vamos ver esse lider.

*Pega seu celular e outros pertences e seguindo os outros, vai em direção aos corredores*

*Daniel não deu o menor sinal de atenção ou preocupação com a ameaça de Saki, pelo contrário, já tava na maior animação conversando com os outros. Queria ir pra casa, obviamente, mas já tinha entendido que não seria tão simples e que esquentar a cabeça agora não ajudaria em nada. Então ficou prestando atenção na história do Oliver, com quem estava conversando agora, e seus olhos brilharam com o que ele contava.*

- SÉRIO?????? Isso é tão maneiro!!! Escavar, achar coisas históricas, fósseis e viajar o mundo e tals! Depois me conta umas histórias de viagem, tá?

*Falou com um sorrisão enorme e agitando os braços sem parar, tão empolgado quanto Oliver com esse assunto. Tudo o que Daniel mais gostava também vinha de seus pais, então entendia bem a empolgação do rapaz. Além disso sempre gostava de aprender coisas novas, então, quando tivessem um tempinho, iria ficar feliz de ouvir mais histórias do loiro. Até que notou os dois últimos dos oito a acordarem, um tão perdido quanto os demais, mas o outro parecia ter realizado o sonho da vida encontrando os digimons. Se virou para Luís.*

- Acho que não é nenhuma pegadinha. O digimundo existe, afinal, só nunca me imaginei tendo contato dessa forma. Também quero ir pra casa, então acho melhor colaborar e solucionar logo o problema.

*Desde cedo Daniel absorveu o jeito de seu pai de ser uma pessoa "emocionalmente prática", pois vendo-o trabalhar entendeu logo que pânico não ajuda em nada em resolver problemas complicados. Ele estava preocupado, sim, com a situação pois era algo totalmente fora de sua zona de conforto. O digimundo era um lugar muito diferente da terra, afinal, mas era justamente por isso que estava se esforçando em se manter animado e focado a ajudar no que fosse possível e acabar logo com isso. Até que viu Hagurumon entrando.*

- Digimon engrenagem! Que dahora!

*Ele realmente adorava coisas mecânicas, então olhava pro Hagurumon maravilhado, como se fosse o Papai Noel ou algo do tipo. Ainda sim conseguiu prestar atenção no que ele disse. Parece que finalmente encontrariam os líderes daquele lugar, que certamente poderiam explicar mais detalhadamente o que estava acontecendo. Ao menos era o que imaginava. O garoto só concorda com a cabeça e sai da enfermaria, seguindo Hagurumon.*